quinta-feira, 31 de março de 2011

Morey para pesca sub

Olá pessoal,

Dei um tempo com o arbalete e hoje de manhã dediquei um tempo para customizar uma prancha para pesca sub baseado no modelo do colega Rogério de Salvador, publicado no Guarapas (veja aqui o post do Rogério).

Comprei um morey boogie de isopor com aquela camada de polietileno expandido por fora (mesmo material daqueles macarrões de piscina) por R$ 49,00 e o resto das peças por R$ 29,00.

Vejam o material, além da prancha, é claro:


- 2 flanges para cano de 25mm;
- 2 joelhos para cano de 25mm;
- 3 pedaços de cano de 25mm para a alça;
- 5 ralos de pia baratinhos;
- 1 rede de elástico para motos;
- Fita isolante de auto-fusão;
- Alguns metros de corda fina;
- 3 mosquetões de plástico;
- Adesivo para PVC;
- Serra;
- Faca.


Primeiro passo é furar a prancha com uma faca e passar os ralos de pia. Quatro nos cantos, respeitando mais ou menos os limites da rede de elásticos, e um no centro. Este no centro não é absolutamente necessário.


Depois cortei os pedaços de PVC. A haste no meio dos joelhos foi cortada de modo que se aproveitasse o furo na prancha para passagem do lash. Os dois outros pedaços foram cortados de forma que tivessem a mesma espessura da prancha mais uma sobra para os dois lados para encaixar nos joelhos e nos flanges.


Depois de montado e colado, passei fita isolante de auto-fusão para emborrachar. Para diminuir um pouco o peso total da prancha, serrei fora a rosca do flange, usando apenas o encaixe do outro lado.






Fiz a furação na prancha, aproveitando o furo que já existia para o lash, e passei os tupos de PVC colando do outro lado nos encaixes serrados do flange:


Para finalizar, passei uma corda fina pelos ralos de pia, sempre deixando um laço na parte de cima da prancha e uma linha reta na parte de baixo. Na parte de baixo, coloquei na corda uns mosquetões simples de plástico que ficam fixos na corda. Nos laços feitos com a corda na parte de cima coloquei as alças da rede de elásticos. Ficou mais ou menos assim:

A parte de baixo:


E a parte de cima:


Deu pra ver que minha furação não ficou muito alinhada... estava com pressa e fiz um serviço meia boca. Não prejudica o desempenho, mas não é bonito. Aconselho medir a marcar direitinho antes de começar a furar a prancha, afinal dinheiro não cai do céu né?

Colocando o macarrão e o lastro, e também umas correias para prender a arma, ficou assim:


Quando for trabalhar na prancha novamente vou passar cera de vela derretida no fundo (outra brico maneira que vou publicar aqui) para melhorar o deslize.

Abraço e água roxa pra todos!

terça-feira, 22 de março de 2011

Arbalete de madeira #1 - oitava parte

ESTE VAI SER GRANDE... por isso preparem-se! São 35 fotos.

Este post mostra a finalização do trabalho de confecção e montagem antes da aplicação da resina. Para isso montei a arma toda e testei com um elástico grande demais (menor potência). Tudo funcionou muito bem. Vamos ao trabalho!


Começamos com uma chapa de aço inox de 3mm que eu tinha guardada em casa já a uns 2 anos.
Para cortar não podemos esquecer da segurança! Luvas grossas e óculos são obrigatórios pois um disco de corte quebrado pode causar danos mais do que permanentes.






Eu uso uma luva de soldador de couro e um protetor para o rosto inteiro. Na esmirilhadeira angular um disco de corte fino.


Para ter um bom apoio eu fixei um pedaço de caibro no chão (está enterrado a uns 50cm com uma sapata de cimento) e usei um sargento. Desta chapa cortei dois pedaços:





Um deles vai se tornar o passador de linha e o outro o jacaré. No próximo arbalete vou tentar um solta-linha. Em seguida fiz a marcação da furação:





O jacaré terá dois furos de 4mm de fixação mais para um lado, deixando o outro lado para prender a linha. O passador terá 2 furos de 4mm para fixação e um de 8mm para passar a linha. Este será o passador:


Com uma broca de 8mm eu abri o começo do furo para a cabeça chata dos parafusos ficar abrigada. Tem um termo específico para isso que eu não lembro o nome.






O furo da linha foi feito com uma broca 8mm e aberto com uma broca 12mm:





Depois usei a roda expansiva para retirar as rebarbas e arredondar a ponta do passador. Também usei uma lima para emparelhar as laterais. À mão é mais fácil fazer este trabalho:



Em seguida usei um disco de corte na micro-retífica para abrir um rasgo pouco profundo no aço onde o passador será dobrado:


Para aprofundar este rasgo e ter certeza de que teria um ângulo reto que facilite a dobra usei uma lima agulha quadrada. Mas uma triangular, do tipo usada para afiar serrotes, também serve:


Antes de dobrar é necessário suavizar a borda do passador para que ele não agrida a linha. Usei uma lima agulha redonda para isso:


E em seguida várias lixas de granas diferentes, da 110 até uma 320. Esse é um serviço chato, tipo de presidiário chinês. Tem que cortar tiras fininhas e ir lixando, algumas vezes apoiando a lixa na lima agulha (como na foto abaixo), outras vezes fazendo ela correr solta:


Depois, para dar uma emparelhada, lixei esfregando a peça na lixa 100 que estava colada em uma  madeirinha:


Deixando o passador de lado um pouco, comecei a usinagem do jacaré usando um alicate de pressão para segurar e a roda expansiva (com lixa 60):



Depois, com limas redondas, triangulares e meias-canas, fui esculpindo o formato do jacaré, e enfraquecendo o pescoço da peça para que ela ficasse flexível a ponto de poder encaixar o arranque com facilidade mas não tão fraco a ponto de soltar o arranque sozinho:


Ficou mais ou menos assim:


Resolvi também dar um polimento. Não por questões estéticas, pois não estou me preocupando nem um pouco com isso neste projeto, mas porque o polimento deixa a superfície do material mais lisa, e portanto ajuda a proteger contra o depósito de substâncias agressivas que causam a oxidação.


O polimento é feito com uma roda de pano e massa para polimento de metais. Depois é passar a peça na roda. Se você fizer um lixamento uniforme prévio, com lixa 400 por exemplo, e passar na roda de pano com massa, vai ficar totalmente espelhado. Como eu não estou me preocupando com acabamento, meu polimento não ficou perfeito. Tem marcas de lixa mais grosseiras que não foram removidas. Mas melhora na questão da oxidação.


Depois do polimento usei a morsa e alicate de pressão para fazer a dobra. Ficou meio torto, então passei para o martelo e aquela superfície lisa da morsa que aparece na parte direita da foto. Ficou muito bom.






Marquei a furação do jacaré e depois a posição do passador:





Na posição do passador resolvi abrir uma cavidade com formão para abrigar a peça. Deixa o caminho para a linha mais livre. Fiz essa cavidade um pouco mais profunda do que o necessário pois a ideia é resinar o passador já colocado, criando uma camada de resina entre a água e os parafusos.


Fiz a furação das duas peças:




E depois o encaixe:


 

Em seguida testei o jacaré, que se mostrou muito duro. Então removi e desbastei bastante, testando até conseguir a força de retenção da linha que eu achei adequada.


Depois usei uma barra redonda de inox de 4mm para fazer o pino do arranque. dei uma entortada leve e cortei, desbastando a ponta e dando polimento com a mesma roda de pano.


O arbalete foi furado e o pino colado na posição correta. Em seguida, fiz aquela calha na ponta do arbalete onde passa a linha do arranque que vai para o jacaré, no lado oposto da ponta da arma ao que está fixado o pino de inox que vemos na foto. Este foi o trabalho dos últimos dias! Seguem algumas fotos da arma montada. Em seguida, quando der tempo, vou desmontar e iniciar a resinagem. Antes disso ainda preciso achar um inox fininho para fazer o guarda-mato, ou a proteção do gatilho.


Valeu pessoal! Semana que vem tem mais.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Arbalete de madeira #1 - sétima parte

Olá pessoal. Hoje vou mostrar como fiz a adaptação do molinete para o arbalete de madeira.
Começamos com um molinete padrão Cobra para armas pneumáticas. Tá certo, a arma merecia coisa melhor, e pretendo colocar um Divecom ou PKSub nela mais tarde, mas esta peça estava lá na hora e local certos, então vamos começar com ela:






A primeira tarefa foi cortar fora os encaixes do molinete com o suporte. Decidi não usar um suporte da Cobra pois depois vou trocar mesmo por um melhor, logo o molinete será aparafusado diretamente na madeira.


Resultado:


Para emparelhar a peça, basta colocar uma lixa na bancada e esfregar. Fica mais reto do que fazer com a lixa na mão ou na madeira como fiz com o arbalete:


 Um detalhe! Este material é muito estranho. Parece alguma coisa entre um plástico mole e uma borracha dura. Quando lixamos, mesmo à mão e em baixa velocidade, o material não é "removido" digamos assim, mas derrete e se acumula na borda. Assim que você para de lixar ele ainda está quente e mole, mas em segundos esfria e endurece. Muito doido!


O molinete sai barato por causa deste problema:





Que foi prontamente colocado de lado com uma usinagem com a retífica:





Em seguida, hora de fazer a furação:


Na parte traseira fiz apenas um furo para aparafusar só uma pequena placa de madeira para dar acabamento. Já na parte de cima:


Foram dois furos onde passarei dois parafusos de inox que poderão ser removidos mais tarde quando eu substituir esse molinete por um suporte para outro tipo de molinete




Tirei a medida de onde eu gostaria de colocar o molinete e medi a madeira que vou usar para o acabamento da parte de trás. Cortei e arredondei as laterais com lixa:





Furei a madeira e depois colei generosamente com cola de acrilato (tipo super bonder).



Para terminar um parafuso de inox na parte interna para fixar este pequeno painel de madeira:


Nesta foto de cima podemos ver como ficou o acabamento da abertura que foi usinada com a retífica e também a parte de cima, que ficou lisa depois de remover os trilhos do encaixe.


O parafuso ficou um pouco para fora da madeira na parte de trás e foi desbastado com uma lima.

Em seguida, ainda hoje se possível, vou fazer o upload das fotos das peças de inox, que já estão prontas.

Abraços!