sexta-feira, 24 de junho de 2011

Arbalete #2 - segunda parte

Olá pessoal!

Segue um update na confecção da segunda arbalete. Hoje vou mostrar apenas fotos da carretilha sem solda que fiz em poliacetal e inox:


O carretel foi torneado por um amigo em poliacetal branco. Material muito resistente, optei por não usar nenhum tubo no furo do eixo. Em contrapartida a parede entre o furo do eixo e a parte interna do carretel é bem grossa. Depois de pronto achei que ele ficou um pouco alto - na parte interna tem 6 centímetros. O carretel torneado é a única parte da carretilha que não foi feita por mim.


A manivela foi feita com um manípulo extraído de um molinete de pesca quebrado. Usei um parafuso inox fixado com porcas no carretel. A cabeça do parafuso é do tipo panela, e foi bastante diminuída no esmiril para não atrapalhar a saída da linha. do outro lado do carretel o parafuso foi fixado com uma porca travada com cola "trava rosca", uma bucha de aperto e mais uma porca, também com cola "trava rosca". Em seguida vem o manípulo e depois mais um par de porcas com "trava rosca" e bucha de aperno no meio. Obviamente foi deixada uma folga suficiente para o manípulo girar livremente. Ficou muito forte e funcional.

Nesta foto ainda dá pra ver um ponto preto na parte de cima do carretel. Ali fiz um furo que sai, na parte interna, rente à parede. Por este furo passo a linha que é fixada com um nó 8 por fora. Assim não fica aquele calombo na linha depois de enrolada. Nesta foto ele está carregado com 25 metros de corda de nylon 2,5mm.


A base foi feita com uma chapa de inos de 3mm. Dois furos escariados para os parafusos de fixação na madeira e um furo central para o parafuso que serve de eixo para o carretel. Trata-se de um parafuso de 8mm de diâmetro fixado com porca e "trava rosca". A guia de linha foi furada com broca 4mm e depois limada até ficar uniforme. Usei uma esmirilhadeira angular com disco de desbaste para diminuir o perfil da chapa na parte da guia de linha e usei uma lima redonda de moto-serra para diminuir a grossura da chapa na linha de dobra. Ficou perfeito! Dobrou com certa facilidade, de forma precisa e ainda ficou bem forte.


O acabamento foi dado com lixa 220 em todas as peças, antes de dobrar a guia. O carretel vai girar diretamente sobre a rosca do parafuso. Para diminuir o atrito tudo será lubrificado com graxa náutica branca . Como freio , somente uma borboleta. Para evitar que a borboleta desenrosque completamente dentro da água e se perca o carretel, vou "estragar" o finalzinho da rosca depois de tudo montado.

A construção foi feita com cerca de 6 horas de trabalho - fora a parte de torno - e sem soldas!
O custo foi bem alto, cerca de R$ 70,00.

Espero que vocês gostem!
Abraços e bom final de semana.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Homenagem ao amigo Toscano

Olá pessoal,

Uma das coisas mais legais da Internet é poder conhecer pessoas, trocar idéias e fazer amigos em outros lugares. Muitas vezes essas pessoas nem sabem, mas ganham admiradores simplesmente pela forma como se colocam, pelo que falam e fazem. O Toscano é um desses caras. Conheci no forum Guarapa´s de pesca submarina. Esse post é uma espécie de homenagem a ele, já que a receita é dele.

Moqueca Seca Toscana

A moqueca seca do Toscano é um pouco diferente. Esta é a minha interpretação. A original pode ser vista lá no Guarapa´s.


Começamos com um molho de tomate básico, que será usado mais tarde. Aqui está a minha forma de fazer o molho:



Ingredientes do molho de tomate:
2 tomates grandes e bem maduros picados em cubos pequenos;
2 dentes de alho esmagados ou picados bem pequenos;
4 colheres de sopa de azeite de uma conserva de tomates secos;
1 colher de chá de colorau;
1 pitada de ervas para peixe;
1/2 xícara de vinho branco seco;
Sal e pimeira do reino (moída na hora) à gosto.


Para começar, em uma panela média coloca-se o azeite e o colorau. Espere uns segundos até o colorau diluir um pouco no azeite quente. Coloque o alho e depois o tomate para refogar.


Acrescente as ervas e a pimenta do reino. Um pouquinho de sal e abafe um pouco.


Por último o vinho branco. Quando ferver, diminua o fogo e deixe reduzir até o molho engrossar e o tomate estiver quase dissolvido (mas com alguns pedaços ainda mastigáveis) o que deve demorar uns 20 minutos em fogo bem baixo.



Se o tomate não estiver bem bem maduro (o meu caso) e o molho ficar claro demais, pode-se conseguir uma cor mais escura com ums gotas de molho de soja. Mas cuidado com o sal!


Corrija o sal e reserve o molho para depois em uma tigela quando estiver satisfeito com a consistência.

O peixe que escolhi foi o atum (pode ser bonito, ou cavala). A razão é o acompanhamento - explico isso mais tarde!


Um belo pedaço, temperado apenas com um pouco de sal. Vamos ver que ingredientes vamos usar para o peixe e a finalização do prato:


Ingredientes para o peixe e a finalização:
1 pedaço de atum (ou bonito ou cavala) com 300 a 400gr.;
1 colher de chá de sementes de coentro secas;
1 colher de sopa (bem cheia) de cebola seca;
1 colher de chá de colorau;
1 punhado de coentro fresco;
4 colheres de sopa de azeite de uma conserva de tomates secos;
4 ou 5 tomates secos;
Sal e pimenta do reino a gosto.

Algumas explicações sobre os ingredientes: o Toscano faz os tomates secos dele em casa, o que é ótimo e está na receita original (link lá em cima). Mas eu já tentei um dia e não deu muito certo, então não quis arriscar e comprei um vidro pequeno. Também optei por moer as sementes de coentro secas, para liberar mais o sabor.







Para isso eu uso um pilão de pedra, mas pode ser de madeira também, ou mesmo o cabo da faca e a tábua de carne. Não tem erro!


Em uma firgideira anti-aderente coloque o azeite e deixe esquentar bem. Depois coloque o atum e deixe dar uma boa selada. O que é selar? Veja aqui. Coloque a pimenta sobre o peixe e vire para selar o outro lado.


Mais um pouquinho de pimenta e vire outra vez, sempre cuidando para que a frigideira não perca temperatura. Isso faz com que os sucos da carne migrem para o interior da peça, impedindo com que saiam e que o peixe fique seco. O atum deve ficar mais ou menos assim:


Agora vem o grande segredo, técnica simples que o Toscano ensina na sua receita, e que aqui em casa vai mudar a forma como se faz peixe! Coloque uma tampa de panela sobre o peixe e coloque um pouco de água. Vai borbulhar imediatamente e o cozimento do peixe vai terminar no vapor, mantendo a umidade e o sabor todo dentro do peixe. É genial!


A tendência do azeite é estourar para todos os lados, o tempo todo, fazendo a tampa da panela pular muito e respingando óleo quente. Cuidado com as queimaduras! Depois de um ou dois minutos, mais ou menos, retire o peixe e reserve.


Na frigideira suja coloque um pouco mais de azeite, o colorau e a semente de coentro moída. Alguns instantes depois, acrescente a cebola seca. Refogue um pouco e depois acrescente o coentro fresco.


Eu gosto também de refogar um pouco o tomate seco. Depois de um tempinho da frigideira, coloque o molho de tomate que estava reservado e refogue por uns segundos, ou até tudo ficar bem quente. Não refogue demais para não murchar o coentro.

Terminado o serviço, basta transferir o peixe para o prato de servir, arrumar os tomates e o molho, e servir.


Agora o acompanhamento! Pensando no amigo, e nas propriedades do prato, imaginei um vinho tinto. Tem quem argumente que vinho tinto não combina com peixe. Mas existem tintos que combinam com peixes mais fortes, como o atum, e que ainda casam muito bem com molho vermelho, que é a base do prato.

Então escolhi um Chianti. Eu não sou um grande conhecedor de vinhos, mas depois de escutar a explicação de um colega de trabalho sobre este vinho específico, achei que combinaria perfeitamente com esta receita. Por quais motivos?

Bom, em primeiro lugar é um vinho toscano!


Em segundo lugar é praticamente um vinho de mesa, fácil de beber - ao contrário do cabernet, por exemplo. Além disso é um vinho acessível. Aqui em Floripa se encontra com facilidade por menos de R$ 20,00 (aqui, por exemplo). Outras explicações vou ficar devendo, pois como eu disse, não sou nenhum expert no assunto.

Bom, é isso aí. Bom apetite!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A alegria de voltar a treinar

Carlos Grisalt Sensei aplicando jyu-waza em Altair Ireno dos Santos Sensei

Estive fora do tatami por cerca de 10 meses. Não foram poucos os momentos em que me peguei pensando nos treinos, nos colegas ou mesmo sonhando com alguma técnica ou princípio básico.

Nesta semana, na terça (dia 31) voltei a treinar. O corpo, como era de se esperar, ainda machucado por causa da cirurgia, vai ter de aprender a fazer tudo denovo. Mas primeiro vai ter de esquecer algumas coisas.

É interessante como a memória muscular trabalha... Nos coloca em um situação complicada, já que depois de um procedimento médico relativamente extenso a musculatura ainda tenta fazer os movimentos da mesma forma, provocando dor, reação involuntária e ato contínuo, ineficiência e frustração.

Para que se possa entender a extensão do problema que tive, removi uma displasia fibrosa com medidas de 7,5cm X 5,5cm da região proximal do fêmur direito (na parte interna do osso, logo abaixo da articulação). O buraco foi preenchido com enxerto ósseo da crista ilíaca (quadril) e enxerto inorgânico (material mineral).

A operação foi necessária porque havia uma fratura sobre o tumor, e para chegar até a região afetada foi necessário cortar através da musculatura da coxa. Esse corte deixa uma cicatriz interna grande. A atrofia da recuperação faz o músculo diminuir. Forma-se fibrose, e os pequenos problemas vão se acumulando.

Mas aí a coisa fica um pouco mais complicada ainda, pois a adequação a estes pequenos problemas passa pela cabeça e se define no tanden. Aceitar, conscientemente as mudanças, perceber onde o corpo está diferente, como ele se comporta agora, quebrar o condicionamento - adquirido com anos de treinamento - e reconstruir tudo denovo.

As chaves desde processo são o respeito e a tranquilidade.

Respeito com o próprio corpo. Sentir suas reações e se adaptar rapidamente. Não insistir, forçar ou exigir. Compreender que o limite, a linha que tanto exploramos durante os treinos, recuoou um tanto e desta forma é necessário adequar também as expectativas.

Tranquilidade para não deixar a ansiedade e a vontade de treinar, de recuperar o tempo perdido, nos levarem a um agravamento da lesão, o que - no meu caso - pode colocar a perder uma trajetória de alguns anos de treino. O tempo deve se tornar irrelevante.

Escrevo desta forma para que os colegas que passem por uma situação de afastamento, por mais séria que possa parecer, não se sintam desistimulados. A grande vantagem do Aikido sobre outras atividades, neste aspecto específico, é que não sendo uma arte competitiva (esportiva) as únicas cobranças que realmente existem são: aquilo que seu sensei sabe que você pode dar, e o que você espera de sí mesmo.

É muito difícil avaliar o que esperamos de nós mesmos, por isso em ambos os casos, confie no seu sensei.

Bons treinos a todos!



Informações para amigos interessadas no Aikido:
Kawai Shihan Dojo
Av. Dep. Antônio Edu Vieira, 1740, 2º Andar – Pantanal
(Em frente ao Centro Tecnológico da UFSC)
Florianópolis – SC
CEP 88.040-001

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Grupo de aposentados do Japão quer enfrentar radiação em Fukushima



Essa notícia publicada faz uns dias no terra me deixou sinceramente emocionado. Sou admirador da cultura japonesa, em muitos aspectos, mas repudio tantos outros. Não se pode negar que este é um dos que se deve louvar.

Resumo: um grupo de aposentados, considerando que morrerão de causas naturais em menos tempo do que dos efeitos da radiação, se organiza como corpo voluntário para trabalhar na contenção do desastre nuclear.

Interessante uma sociedade que é capaz de atos extremamente crueis - historicamente falando - os quais demonstram a falta de valor que atribuem à vida no sentido individual, também é capaz (pelo mesmo motivo) de tamanhos atos de desapego como o sacrifício coletivo em prol das novas gerações.

Segue a íntegra do artigo:

http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5158789-EI188,00-Grupo+de+aposentados+do+Japao+quer+enfrentar+radiacao+em+Fukushima.html