Eu, ser humano livre de corpo e mente, movido pela paixão ao ato de pescar, conclamo meus semelhantes a ler e refletir. Eventualmente assimilar o que achar conveniente e verdadeiro. O que julgar justo para o crescimento da humanidade e o que decidir adequado à sua postura.
Eu sou um pescador livre.
Eu, auto proclamado pescador livre, me dedicarei à pesca e sua continuidade dentro dos padrões fixados em lei para a prática nas categorias existentes. Não obstante, exercerei o meu direito à cidadania com o objetivo de aperfeiçoar a visão que meus governantes têm sobre o que eu faço, primando sempre pelo respeito ao meio ambiente, à natureza e, principalmente, ao peixe. O objeto da minha procura.
Eu, pescador livre, não desperdiço alimento. O peixe capturado e morto por mim será servido com dignidade, preferencialmente na minha mesa, aos que compartilham meu sangue ou minha amizade. Ensinarei à minha família o valor deste alimento, dando especial atenção à educação das futuras gerações quanto aos bons hábitos alimentares e ambientais.
Eu, sendo um pescador livre, não mato alevinos. Condeno esta prática medonha. Caso, por equívoco, vier a capturar algum, ele será solto. Se porventura ele morra, será tratado com dignidade e será servido à mesa como os outros peixes pescados por mim. Se desejar pescar peixes de pequeno porte, procurarei apenas aqueles que alcancem o tamanho desejado por mim na idade adulta.
Eu, como um pescador livre, garanto o que afirmo sobre a preservação dos alevinos com o uso de gabaritos, réguas ou quaisquer outros meios que me garantam alferir o tamanho dos peixes por mim capturados. Isso, é claro, apoiado pela observância estrita às tabelas publicadas pelos órgãos competentes que definem os tamanhos mínimos de cada espécie.
Eu, com espírito de pescador livre, sou educado e prestativo. Procuro sanar as dúvidas dos iniciantes com o conhecimento que tenho. Também sou humilde, aproveitando para aprender em todas as oportunidades possíveis, e não ataco a opinião de outros pescadores gratuitamente. Procuro testar uma técnica ou conceito para poder argumentar a respeito, sem me lançar em discussões inúteis que visam apenas alimentar a vaidade das gentes. Se for necessário argumentar, faço isso dentro dos princípios da civilidade em qualquer ambiente real ou virtual.
Eu, auto entitulado pescador livre, não me submeto à vontade dos outros. Mesmo se decidir exercer o meu ofício como atleta registrado, serei o guia do meu espírito, não dobrando jamais a minha alma e meu caráter aos caprichos de qualquer pessoa. Nenhuma atividade esportiva vale minha consciência e, portanto, não flexibiliza os princípios já manifestos acima.
Eu sou um pescador livre; homem ou mulher que respeita meus semelhantes e os peixes que capturo, também exijo o mesmo tratamento por parte destes semelhantes. Caso tenha que fazer críticas ou defender minha honra, o farei em público, sem o artifício hediondo do anonimato (digital ou não) e sem usar os recursos reprováveis da ironia, da hipocrisia, do destempero, do oportunismo. Sou claro, objetivo, direto e jamais mando recados ou faço comentários sem um destinatário claramente identificado para exercer o direito de defesa.
Sou um pescador livre, e compartilho com meus amigos os melhores momentos da minha vida. Estes momentos acontecem nos rios, nos lagos, na areia, sobre as pedras ou sob a água. Este é o objeto da minha paixão e apenas nestes ambientes que exerço meu ofício e aplico meus conhecimentos. Não o faço na internet.
Signatários:
Jefferson Velasco, Florianópolis / SC
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Amigos pescadores,
Este manifesto não está terminado. Qualquer signatário é bem vindo para sugerir melhorias ou adicionar conteúdo, desde que movidos pelos mesmos princípios. Mesmo que o tom tenha sido exageradamente formal em vários pontos (uma brincadeira, mas nem tanto... :D ) a idéia é séria. Para sugerir melhorias, é preciso ser signatário. Para se tornar um signatário, basta postar um comentário manifestando sua vontade, com nome e localização. Pode ser que eu seja o único, mas isso não invalida o pensamento.
Abraços a todos!
ó ironia, logo o grandioso cetáceo, injetor de vida em planetas cosmo afora, vindo falar da captura de seus colegas nadadores de espinhas. eu não pesco, em parte por não conseguir encaixar a pesca em minhas tarefas cotidianas, em parte porque sou incompetente e minha gargalhada assusta os peixes. entretanto, não posso deixar de apoiar uma iniciativa que se afaste dos hediondos processos industriais para obtenção de alimento, barcos sem rosto aranhando o fundo do oceano, desperdiçando vidas e servindo um prato frio e desalmado a seres urbanos que nunca tiveram contato com a vida que devoram.
ResponderExcluirSuas colocações são no mínimo oportunas, quem sabe algumas pessoas que tenha a oportunidade de ler, poderão mostrar no futuro suas verdadeiras faces e colocar seus problemas e rancores ao vivo para que se possa ajudar a acabar com eles.
ResponderExcluirAfinal amigos de verdade trocam idéias e as discute quando divergem.
Parabéns.
Nélio Costa
Nélio,
ResponderExcluirMais do que pensar e escrever, é agir. Eu já matei peixe abaixo do tamanho, ja me comportei mal em foruns, já fui grosseiro com pessoas que não mereciam... praticamente já fui culpado de cada um dos pecados que estou abominando no texto. A minha idéia é que, dando publicidade a esta postura que tenho hoje, faço um compromisso público comigo mesmo. E convido quem quiser fazer este compromisso comigo: é só postar comentário com nome e cidade dizendo "eu quero assinar". És muito benvindo a ser o primeiro!
Abraço!
Zorro,
ResponderExcluirSua mensagem foi excluída pois mesmo sendo um "protesto" ou "denúncia" válidos, você não se identificou, o que vai de encontro com a filosofia da coisa. Essa crítica é bem séria, então, por favor, nome aos bois, inclusive o seu.