Quando se pensa em comprar um sistema, em uma organização qualquer, se pensa em resolver um ou vários problemas de uma vez só (lembrando, para análise de negócios problema é sempre palavra chave). Normalmente o cliente pensa em dar suporte eletrônico a uma série de atividades desenvolvidas por esta organização (não confunda com atividade de gerenciamento de projetos - pelo menos ainda não estamos lá).

Estas atividades são chamadas de processos (tá bom, você já sabia disso). Mas para que recebam este nome precisam ser mapeadas e conhecidas pelo menos por quem gerencia as coisas que acontecem por lá. Uma vez conhecidos os processos eles podem ser avaliados.
Análise de negócios é isso, numa simplificação um tanto grosseira. Por uma questão de método, a análise e a modelagem de negócios andam juntas. Uma cria modelos descritvos que ajudam na compreensão dos processos (e por consequência do negócio do cliente) e a outra avalia os processos.
Mas avalia de acordo com o quê?
Muitas organizações não sabem para onde estão indo. Têm uma vaga idéia. É um sonho iniciar um projeto para um cliente que tem seu BSC prontinho, sabe como está e onde quer chegar. Na maioria dos casos não é assim. Começamos então extraindo do cliente (do CEO, dos gerentes, do dono) a visão estratégica da coisa. Vamos falar de posicionamento estratégico em outra ocasião, quando eu aprender mais sobre o assunto.
Conhecendo a estratégia da organização, seus valores e metas, partimos para os processos. Agora é hora de pegar a picareta e a pá e minerar o que se faz por lá.
O Paulo Vasconcellos usa em seu curso FAN - Formação de Analistas de Negócios uma expressão muito interessante (eu até acho que cedo ou tarde vai virar jargão): 2 quilômetros de extensão por 2 centímetros de profundidade.
Muita gente entende esta parte do trabalho como um diagramão de UML ou BPMN que descreve tudo que a organização faz. Não poderiam ser mais superficiais.
Esta é a oportunidade de aprender sobre o que o cliente faz. Muitos dos detalhes que não foram para o diagrama vão sanar as dúvidas do analista de sistemas mais tarde.
Cada macro-processo pode ser mais tarde analisado em profundidade, de acordo com o escopo do projeto. Mas aqui já podemos ter uma vaga idéia sobre o que está acontecendo, se a organização está indo, na prática, para onde seu planejamento estratégico diz que ela deve ir.
Feito isso, voltamos para validar esses modelos com o cliente, que deste ponto em diante vamos chamar de patrocinador (para começar a entrar na linguagem). Para ter certeza de que o desenho do diagrama está certinho? NÃO! Isso a gente deve ser capaz de fazer sozinhos, ou com pouca ajuda. É principalmente para saber, e mostrar, para onde a organização vai e se o patrocinador tem consciência disso.
Nem todo projeto foca nestas questões. Existem clientes que conhecem seus negócios, seus problemas e até quais requisitos desejam atendidos pelo sistema que estão comprando. Nestes projetos eu arriscaria dizer que o AN tem uma participação um tanto menor.
A análise dos processos de negócios, quando pegamos uma parte com 2 centímetros de profundidade e cavamos mais uns 2 ou 3 metros, vamos deixar para o próximo post.
Ainda não chegamos ao número 42.
Oi Jefferson,
ResponderExcluirGostei muito dos seus textos. E agradeço a citação. Mas preciso registrar que surrupiei aquele "mantra" de alguém. O problema é que não consigo mais achar a fonte! hehe...
Abraços!
Paulo Vasconcellos